Como a maioria
dos adolescentes, a maior de todas as dúvidas me assola sem chance de
escapatória. Corro atrás do meu sonho ou procuro estabilidade financeira?
As pessoas
levianas respondem logo: “tenta aliar o sonho com o dinheiro”. Você não acha
que eu já pensei nisso? Mas eu sou uma garota de dezesseis, com pouca
liberdade, nenhum dinheiro e muitos sonhos. Tudo me leva a crer que nem chance
de lutar eu terei. Por mais difícil que seja para alguns, que não vivem a minha
realidade, A VIDA É INJUSTA.
Eu não sou
filhinha de papai. Eu sou filha de “painho” mesmo. Apesar de amar muito o meu
pai, sei que dessa forma tenho pouquíssimas chances de conseguir o que almejo.
Tudo me leva a ser parte das estatísticas de desempregados do país.
O pior é que eu
não me vejo fazendo mais nada. Enquanto a família vibra quando os meus primos
falam sobre seus sonhos na engenharia, eles quase me dão esmolas com os olhos
quando falo das minhas pretensões jornalísticas. Mas eu não os culpo. Eu sei
que não tem futuro mesmo.
Poderia até ter
futuro se eu aceitasse escrever sobre o que eu não vejo, não acredito ou sobre
a vida de alguém que não me interessa. Porém se eu vou entra na maior robada da
minha vida, vou apostar todas as minhas fichas.
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